5 Curiosidades de Serena Williams

Uma das maiores tenistas de todos os tempos se despediu das quadras de tênis em setembro. Acompanhe os pontos principais da trajetória que lhe rendeu esse título.

Serena Jameka Williams nasceu em 26 de setembro de 1981, em Michigan, nos Estados Unidos. Campeã de Grand Slam por 23 vezes e terceira tenista com mais semanas seguidas no topo do ranking mundial, a atleta se despediu das quadras no dia 2 de setembro após 27 anos jogando profissionalmente. Apesar disso, sua palavra final foi um “nunca se sabe” sobre um retorno ao tênis profissional. Diante da aposentadoria, nada melhor do que relembrar os destaques da sua trajetória. 

  1. Serena disputou seu primeiro jogo profissional aos 14 anos

A atleta estreou em torneios profissionais em outubro de 1995, pouco tempo depois de ter completado 14 anos. Serena usou um wild-card, recurso do tênis que permite aos jogadores disputarem mesmo que a classificação não seja adequada ou que não tenha se registrado a tempo, e disputou um campeonato no Canadá, o Bell Challenge, sendo que foi derrotada.

Foi aos 16 anos que Serena Williams conquistou sua primeira vitória. Depois da temporada de 95, em 1996, a atleta não disputou nenhum torneio, mas retornou em 1997, quando teve seu primeiro triunfo como tenista profissional. Com 16, ela derrotou Yelena Likhovtseva, Mary Pierce e Monica Seles, então números 27, 7 e 4 do mundo, respectivamente, e terminou a temporada na 99ª posição do ranking da Women’s Tennis Association — WTA — (Associação de Tênis Feminino, em português), entidade esportiva internacional que organiza as competições tenísticas profissionais femininas no mundo inteiro.

  1. Com apenas  4 anos disputando, Serena já era a número 4 no ranking global

Em 1998, a atleta já conquistava seus primeiros títulos de Grand Slam. Também chamados de majors, os Grand Slams são os quatro eventos anuais mais importantes do tênis, pois além de oferecerem o maior número de pontos no ranking mundial, os vencedores ganham muitos prêmios em dinheiro e visibilidade na mídia. Essas conquistas de 98 vieram nos torneios de duplas mistas, ou seja, que contavam com um homem e uma mulher: Max Mirnyi e Serena Williams.

Serena e Max vencem. [Imagem: Reprodução/Tennis Forum]

Após ser campeã de dois Grand Slams em duplas mistas em 1998, Serena levou seu primeiro título em simples em 99, jogando sozinha aos 18 anos. Ela derrotou Martina Hingis, então número 1 do mundo, na final do campeonato e encerrou a temporada como a número 4 do ranking da WTA.

Atualmente, a norte-americana é a terceira que mais tempo permaneceu no topo do ranking da WTA e, em toda a sua carreira, ela já foi campeã de Grand Slams 39 vezes, variando entre conquistas de simples, duplas e duplas mistas.

  1. A atleta jogou muitas vezes com a irmã Venus Williams, também tenista 

O primeiro Williams x Williams aconteceu em 1998, quando as irmãs Serena e Venus Williams se enfrentaram pela primeira vez na carreira. Foi a primeira final entre irmãs na história dos torneios da WTA, sendo que Venus levou a melhor. Em 2002, quando Serena derrotou Venus, as irmãs ficaram em primeiro e segundo lugar no ranking da WTA. Foi a primeira vez na história da WTA que elas ocuparam os dois primeiros lugares. Serena terminou o ano como número 1 e Vênus como número 2. Além de tudo isso, Venus e Serena ganharam 14 Grand Slams de duplas femininas como parceiras. 

No total, elas se enfrentaram 31 vezes em partidas de simples.

“Ela é a jogadora mais difícil que já joguei na minha vida e a melhor pessoa que conheço. Então, estou jogando contra minha melhor amiga e, ao mesmo tempo, estou indo contra a maior concorrente do tênis feminino. Foi muito difícil”

— disse Serena para a coletiva de imprensa após vencer a irmã em um Grand Slam, em 2015.
Mesmo com o histórico de confrontos, as irmãs não perderam a sintonia dentro e fora das quadras e, frequentemente, formaram parcerias imbatíveis em torneios de duplas. [Imagem: Reprodução/Flickr]

No entanto, todo o sucesso de Venus e Serena passou por outras questões que excedem as quadras de tênis. Tudo isso foi conquistado, além do talento das irmãs, com a luta e resistência das classes não dominantes. Neiton Júnior, doutor em Ciências pela Faculdade de Esportes da USP, explica: “Os Estados Unidos têm uma formação de sociedade que, embora extremamente racista, em paralelo, tem processos de formação de resistência das minorias, que conquistam possibilidades dessas práticas educacionais”. E a tudo isso somam-se outros fatores. “Elas não são apenas negras, mas mulheres negras dentro de uma modalidade controlada e a serviço de uma raça branca e classe masculina”. As irmãs tiveram a tarefa de disputar as longas e difíceis partidas nas quadras e, ao mesmo tempo, de enfrentar a luta de racista e machista.

Alguns reflexos são pontuados pela própria atleta no ensaio publicado na revista norte-americana Vogue: “Acredite, eu nunca quis ter que escolher entre o tênis e uma família. Não acho justo. Se eu fosse um cara, não estaria escrevendo isso porque estaria lá jogando e ganhando enquanto minha esposa fazia o trabalho físico de expandir nossa família. Talvez eu fosse mais um Tom Brady se tivesse essa oportunidade. Não me entenda mal: eu amo ser mulher e amei cada segundo de estar grávida de Olympia”.

Dona de tantas premiações importantes, Serena também tem um histórico positivo quando se trata de Jogos Olímpicos. A atleta venceu o ouro nas Olimpíadas de Londres, em 2012, e ganhou três outras medalhas douradas em duplas com a irmã Venus – em Sydney (2000), Pequim (2008) e Londres.

  1. Ela coleciona 2 filmes e 1 série abordando sua trajetória

A história de Serena e sua irmã Venus foi retratada recentemente no filme King Richard: Criando Campeãs (2021), o qual apresenta o pai das meninas, Richard Williams. Ele teve papel fundamental na persistência e busca por sucesso das filhas, duas meninas negras em um esporte massivamente praticado por homens brancos. O longa está disponível no serviço de streaming HBO Max. Além disso, em 2016 foi lançado o filme Serena, que apresenta um olhar íntimo sobre a vida da tenista entre os anos 2015 e 2016. O longa está disponível na Apple TV+, streaming exclusiva disponível no app Apple TV.

Além dos filmes, o documentário em série Being Serena (2018), disponível na HBO Max, retrata o momento de sua vida pessoal em que enfrentava a maternidade e teve de deixar as quadras. Mãe de Olympia, de quatro anos, Serena comentou sobre esse momento na entrevista coletiva de aposentadoria: “Talvez a melhor palavra para descrever o que estou fazendo seja evolução. Estou aqui para dizer que estou evoluindo do tênis para outras coisas que são importantes para mim”. A atleta deixou o as quadra pois deseja dedicar mais tempo para a família.

  1. Além de jogadora, é empresária

A atleta Serena Williams nunca se rendeu aos padrões impostos pelo esporte e foi além das quadras. Além de tenista, Serena também é empresária: dona da linha de jóias Serena Williams Jewelry, da empresa de capital de risco Serena Ventures e da marca de roupas S by Serena, com roupas do tipo “sofisticada, sexy e forte”, como está descrito no site.

Site da loja S by Serena. [Imagem/Reprodução S by Serena]

Nas roupas da loja, ela apresenta o lado da moda que sempre apresentou nas quadras. O tênis também surgiu defendendo um padrão estético específico, que não sugere trajes ousados. Também nisso Serena foi revolucionária, pois a atleta encontrou nas roupas uma forma de resistir e de manifestar sua beleza e sua identidade cultural.  

Autor: Clarisse Macedo.

Fonte: Jornalismo Júnior/USP.