“YouTube virou mainstream”: Luba TV comenta trajetória na produção de conteúdo para a internet

Luba TV cria conteúdo para a internet há mais de uma década e viu muita coisa mudar no universo dos influenciadores; confira a entrevista exclusiva.

Talvez você não conheça Lucas Rossi Feuerschütte, mas certamente já ouviu falar no Luba TV. Luba é youtuber e streamer há 12 anos e acumula mais de 1 bilhão de visualizações no YouTube e Twitch. Os conteúdos de maior popularidade do Luba são reacts, bate-papo com seguires e jogatinas de Pokémon.

É um dos criadores de conteúdo mais consagrados da internet brasileira e, em entrevista exclusiva à ESQUINAS, Lucas nos contou um pouco sobre o contexto de criação de conteúdo nas redes e o que mudou em mais de uma década de canal.  

ESQUINAS: VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO VÍDEOS PARA A INTERNET DESDE 2010. O CENÁRIO MUDOU MUITO AO LONGO DO TEMPO? 

LUBA: Acredito que sim. Quem fazia conteúdo para o YouTube – ou vlog, como costumava se dizer -, com o tempo, passou a se denominar como youtuber, criador de conteúdo, influenciador e outros termos. A partir daí, na minha visão, começou a sair do nicho e virou uma coisa praticamente mainstream. O YouTube antigamente era uma mídia alternativa, mas hoje em dia a gente vê criador de conteúdo em mídias bem tradicionais.

Tem gente lançando livro, participando de filmes, novelas, programas de TV… Enfim, ficou mainstream mesmo. Tanto é que shows de youtubers lotam estádios no Brasil inteiro. Criar conteúdo para a internet passou a ser uma oportunidade de trabalho consolidade. Antes, por exemplo, não existia tanta publicidade para YouTube. Hoje, é o que mais tem.  

E: POR VOLTA DE 2018, HOUVE UMA FORTE MUDANÇA NA PROPOSTA DO SEU CONTEÚDO. PASSADOS 4 ANOS DESDE ENTÃO, COMO VOCÊ AVALIA ESSA TRANSIÇÃO? 

L: Sinto que a mudança foi necessária, sobretudo por dois aspectos: o pessoal e a vida útil do meu canal. Meu objetivo sempre foi produzir um conteúdo autêntico, no qual eu podia ser eu mesmo. É por isso que eu adorava fazer o quadro de perguntas e respostas. Eu escolhia as perguntas e nem preparava as respostas, saía na hora mesmo.

É o mesmo sentimento de quando faço lives, é algo bem espontâneo. Foi uma mudança boa para mim e, por consequência, para o próprio canal. Diante de tantas pessoas que produzem conteúdo, o que eu tenho para oferecer de original. Digamos que é ser eu mesmo, né? Isso trouxe uma certa proximidade com audiência e foi ótimo para todos.  

E: VOCÊ TEM PLANEJADO MAIS ALGUMA MUDANÇA NO CONTEÚDO DO CANAL PARA UM FUTURO PRÓXIMO? 

L: Sim, mas ainda não sei quais serão essas mudanças. Volta e meia, sinto necessidade de mudar. Seja pelo pessoal, seja por uma questão de visualizações mesmo. Eventualmente, posso perceber que o meu canal não está performando tão bem quanto antes e, assim, surge o fator para mudar. Agora é diferente, pois já tenho todas as ferramentas na mão.

No passado eu não tinha tanta segurança. Hoje, é mais confortável de fazer essa escolha. Nenhuma mudança é definitiva, aliás. Pode ser que eu decida ir por um caminho e, depois, venha a perceber que não foi nada bom. Mas eu conto com o meu público, até porque jamais faria algo que eu não gostasse e me sentisse à vontade.  

E: AINDA HÁ MUITA PREOCUPAÇÃO COM OS NÚMEROS? LUBA  

L: Gostaria de dizer que não, mas é muito difícil, porque esse tipo de trabalho traz um feedback instantâneo. É muito difícil se distanciar desses números, eles são jogados na nossa cara o tempo inteiro. E é tudo extremamente instável, muito instável.

É complicado se distanciar dessa preocupação de números, eu tenho muito menos visualização hoje em dia do que eu tinha no passado. Mas é como se houvesse um limite e eu o tenho sempre em mente. Querendo ou não, é meu ganha-pão, tenho funcionários na equipe e tudo mais.  

Autor: Nícolas Proença.

Fonte: Cásper Líbero.