52 anos desde a primeira adaptação, o mágico universo de Roald Dahl ressurge nas telas do cinema.
Wonka (2023) é uma prequela do clássico livro A Fantástica Fábrica de Chocolate (Charlie and the Chocolate Factory, 1964), anteriormente adaptado em duas versões para o cinema: a primeira de 1971, estrelada pelo ator Gene Wilder, e a segunda de 2005, com Johnny Depp. Sob a direção de Paul King, que também colabora no roteiro com Simon Farnaby, o novo filme conta com Timothée Chalamet no papel principal e oferece uma nova perspectiva à história de origem do icônico Willy Wonka.
Na trama, Willy Wonka (Timothée Chalamet) é um aspirante a mágico, inventor e chocolateiro que chega à cidade grande com o objetivo de realizar seu sonho de abrir uma loja de chocolates na Galeries Gourmet. Contudo, seu sonho é frustrado quando ele é vítima de um golpe pela proprietária de uma hospedaria, ao mesmo tempo em que se torna alvo de um Quartel de Chocolate que busca eliminar a concorrência.
A interpretação de Chalamet como Wonka não decepciona e o ator traz, inclusive, uma nova camada para o personagem que já era conhecido. O jovem Wonka mantém sua personalidade excêntrica, porém, agora, apresenta-se mais doce e ingênuo em comparação com suas encarnações anteriores. Além disso, a dinâmica entre Wonka e Noodle (Calah Lane) é muito bem construída, o que destaca a dualidade entre realismo e imaginação. Enquanto a jovem garota órfã mantém os pés do imaginativo Willy no chão para realizar seus planos, ele proporciona conforto e esperança a Noodle, que enfrentou uma infância difícil.
Hugh Grant assume o papel de Lofty ao dar vida a um Oompa Loompa, uma criatura pequena com pele alaranjada e cabelos verdes, que se destaca como um dos personagens mais icônicos desse universo e que não poderia ficar de fora. Mesmo com pouco tempo de tela no filme, o personagem sempre rouba a cena, graças à brilhante performance de Grant.
Slugworth (Peterson Joseph), Prodnose (Matt Lucas) e Fickelgruber (Mathew Baynton) são os principais chocolateiros da cidade e formam o Quartel do Chocolate. Os vilões sustentam a ideia de que o chocolate deve ser simples e, por isso, veem o jovem Wonka como uma ameaça aos seus negócios. Esses personagens, apesar de caricatos, são carismáticos e conseguem transmitir com sucesso a crueldade de suas ações e intenções.
Os efeitos visuais do filme são marcantes e muito bem executados, juntamente com os figurinos vibrantes e coloridos que desempenham um papel essencial na imersão do público e na integração coesa de toda a atmosfera fantasiosa. Embora a trilha sonora seja de qualidade e contribua perfeitamente para a ambientação do filme, ela não alcança a mesma marca impactante dos filmes anteriores.
No geral, Wonka se revela como uma encantadora aventura que inova ao expandir o universo imaginativo de Roald Dahl. Com personagens cativantes e músicas envolventes que prendem o telespectador, o filme conquista tanto os fãs antigos quanto uma nova geração ávida por magia e doçura.
O filme já está em cartaz nos cinemas. Confira o trailer:
Autor: Filipe Morais
Fonte: Jornalismo Júnior/USP