Mais de 100 mil pessoas já fugiram para o país. A fronteira com o Azerbaijão é uma região marcada por décadas de conflitos.
Equipes da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) estão na Armênia prestando ajuda emergencial para o crescente número de refugiados que fogem para o país e apoiando o governo armênio na coordenação da resposta aos refugiados.
Mais de 100 mil pessoas fugiram para a Armênia desde 23 de setembro. Há relatos de longas filas na fronteira com o Azerbaijão, região marcada por décadas de conflitos. E o número de refugiados deve continuar a crescer.
As pessoas forçadas a se deslocar chegam traumatizadas, exaustas e famintas; principalmente as mais vulneráveis, como idosos, mulheres e crianças. Como as temperaturas caem à noite e não há acomodações para todos, muitas passam frio e risco de vida.
À medida que os refugiados continuam a chegar à Armênia, as necessidades aumentam. O ACNUR está fornecendo itens de emergência (incluindo camas dobráveis e colchões), mas precisa de apoio para ampliar a assistência humanitária. Se você puder, faça uma doação.
As autoridades armênias estão fornecendo acomodações temporárias para os recém-chegados que não têm parentes na Armênia, inclusive em hotéis, casas sociais e escolas. Na província de Syunik, o parceiro do ACNUR “Missão Armênia” está abrigando idosos vulneráveis que chegaram nos últimos dias. Toda ajuda é importante neste momento.
A voz dos refugiados
Karen, 37 anos, sua esposa Oksanna, 38 anos, e sua filha Mary, 1 ano, conversaram com Arevig, membro da equipe do ACNUR, na cidade fronteiriça de Goris, no sul da Armênia, onde dezenas de milhares de refugiados chegaram.
“Agora não temos nada conosco. Passamos duas noites insuportáveis na estrada para Goris. As crianças estavam com fome, mas não tínhamos pão nem água”, conta Karen.
O casal Sergey, 58, e Lilit, 42, chegou à Goris com os nove filhos. O mais velho tem 20 anos, e o mais novo apenas seis meses de idade. “Ficamos quatro dias nas estradas para a Armênia. Não temos ideia do que nos espera depois disso”, disse Sergey.
Apelo por proteção e paz
O ACNUR pede proteção para os civis e o total respeito às leis humanitárias internacionais e à legislação sobre refugiados. O ACNUR reitera seu apelo para que sejam interrompidas quaisquer ações que possam causar mais deslocamentos de civis, além de pedir para que a segurança, a proteção e os direitos humanos dessas pessoas sejam garantidos. Ninguém deve ser forçado deixar sua casa!
“Esse conflito de décadas, que reacendeu novamente, forçou muitos milhares de pessoas a se deslocarem. Nossas equipes estão no local, tentando fornecer assistência imediata. Precisamos garantir que os civis sejam protegidos e que a assistência humanitária possa chegar aos necessitados.”
Filippo Grandi, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados
Fonte: ACNUR.