Realizado pela Associação Hermanitos, Ministério Público do Trabalho e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com apoio do Instituto Mana, projeto apoiou 96 mulheres em 2022.
“Persistir, resistir e insistir”. Esse é o lema que a venezuelana Cherlyn, mãe solo de três crianças, uma delas autista, não cansa de repetir para si mesma. Depois da morte da mãe na Venezuela, ela se viu sozinha com os filhos e decidiu deixar seu país em busca de oportunidades.
Em Manaus, onde mais de um terço das famílias venezuelanas são chefiadas por mulheres, Cherlyn conheceu o projeto Mujeres Fuertes, que busca proporcionar autonomia financeira a chefas de família venezuelanas.
Apenas em 2022, 96 refugiadas e migrantes da Venezuela foram apoiadas pela iniciativa, que oferece cursos de qualificação profissional, apoio psicossocial e assistência financeira. Ao todo, 334 pessoas foram impactadas, das quais 130 mulheres e 160 crianças.
O projeto é realizado pela associação Hermanitos, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e Ministério Público do Trabalho (MPT-AM/RR), e conta com apoio do Instituto Mana. Todas as participantes foram treinadas em gastronomia e receberam certificados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-AM), além de formação em empreendedorismo, apoio com itens de cozinha e assistência financeira.
“Para as mulheres mães, chegar a um novo país impõe desafios adicionais relacionados a questões de gênero e à maternidade. Por isso, o ACNUR e seus parceiros oferecem às mulheres envolvidas no projeto uma ajuda de custo, para que elas consigam ter um pouco mais de estabilidade”, explica a oficial de campo assistente do ACNUR em Manaus, Juliana Serra.
A venezuelana Érica trabalha com diárias e, por isso, tem pouca autonomia financeira. Com a assistência em dinheiro e o fornecimento de vale-transporte no projeto, ela considera a participação nas capacitações facilitada. “Eu só preciso vir até as aulas, porque pagaram até a minha passagem”, conta. “É muito satisfatório quando você consegue algo que muda a sua vida realmente”, completa.
Mujeres Fuertes
Uma das idealizadoras da iniciativa Mujeres Fuertes, a Procuradora Chefe do MPT no Amazonas e Roraima Alzira Melo Costa exalta a parceria entre as organizações para garantir a realização do projeto e o empoderamento das chefas de família venezuelanas. “Somente através da união e da conjugação de forças de diversos atores é que a gente consegue dar uma resposta mais efetiva e respaldadas para um problema”, afirma.
No Hermanitos, a demanda de refugiados por qualificação e emprego tem sido crescente. Por isso, Túlio Silva, um dos fundadores da associação, comemora a formação das mulheres no projeto. “Muitas delas já saem com seu negócio próprio e trabalhando, tendo condições de garantir o sustento da família e sua autonomia como ser”, diz. O Hermanitos também acompanha as mulheres em sua jornada empreendedora, mantendo as participantes envolvidas em trocas de experiências, encontros e oficinas voltadas ao tema.
Fonte: ACNUR.