No bairro do Campo Belo, em São Paulo, há uma casa que pode passar despercebida pelo transeunte apressado, mas que atrai excursões de estudantes do curso de arquitetura e aqueles que fizeram reservas para o almoço de domingo: a residência de Vilanova Artigas.
João Batista Vilanova Artigas (1915-1985) foi um arquiteto associado ao movimento Escola Paulista, o qual trouxe ênfase para a técnica construtivista, adoção do concreto armado aparente e valorização da estrutura. Deixou para a cidade obras importantes como o Edifício Louveira, o Estádio do Morumbi e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).
Após conhecer Virginia Camargo, sua futura esposa, nas aulas dos ateliês do Grupo Santa Helena, eles se mudam para o Edifício Guarany. Em 1942, a Casinha, primeira residência da família, é projetada e em 1949, com a chegada de Julio – primeiro filho do casal – a segunda residência começa a ser construída.
Em 1953, Artigas passou quase dois meses na União Soviética, sendo esse um dos aspectos importantes de sua vida, participando da militância pelo Partido Comunista do Brasil. No mesmo ano venceu o concurso para a construção do Estádio do Morumbi.
A relação de Artigas com a FAU é complicada. Ele fez parte do grupo de professores que deu origem à ela, o curso saiu da Escola Politécnica em 1948. Vilanova foi detido junto com outros professores após o golpe de 64 e pode retornar à faculdade apenas em 1983, sendo obrigado a prestar um concurso para voltar ao cargo.
João Batista Vilanova Artigas foi um dos grandes nomes da arquitetura brasileira, deixando para a contemporaneidade um grande legado.
Autora: Giovanna Castro.
Fonte: Jornalismo Júnior/USP.