Cate Blanchett, Olena Shevchenko, Ramla Ali e Ayisha Siddiqa: quatro #MulheresQueMovemMundos em prol de pessoas refugiadas. Conheça essas mulheres e ativistas que têm muito a ensinar sobre esforços que mudam realidades.
Anualmente, a revista TIME divulga as notórias listas de Mulheres do Ano em março, mês que marca a visibilidade dos direitos das mulheres e amplifica vozes, esforços e lideranças femininas em todo o mundo.
Em 2023, as cerca de 50 milhões de mulheres e meninas refugiadas ganharam maior representatividade nesse ranking. Cate Blanchett, Olena Shevchenko, Ramla Ali e Ayisha Siddiqa integram a lista das 12 Mulheres do Ano de 2023 e, por mais que também enfrentem seus próprios desafios, usam a sua visibilidade e força de vontade para ampliar vozes que, em muitos momentos, são pouco ouvidas.
Conheça mais o trabalho destas quatro #MulheresQueMovemMundos em prol de futuros mais sustentáveis e igualitários, inclusive para pessoas refugiadas.
Cate Blanchett:
Cate Blanchett em seu discurso no evento “TIME: Mulheres do Ano”, usando uma fita azul em sua roupa, que é o símbolo da campanha global #ComOsRefugiados, do ACNUR. ©Stefanie Keenan—Getty Imagens para TIME
Cate conversa com Nur Fatima, de 18 anos, e seu filho mais velho, Nyapara, em um abrigo para pessoas refugiadas Rohingya em 2018. ©ACNUR/Hector Perez
Cate é atriz – esse ano, foi indicada ao Oscar pela performance no filme “Tár” -, ativista, mãe de quatro crianças e Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR. Há 7 anos, ela trabalha para trazer atenção aos desafios diários enfrentados por pessoas forçadas a se deslocar e busca conscientizar seu público sobre a temática. Na premiação da revista TIME, retomou a importância de dar voz as mulheres e tinha como sua convidada Mary Maker, refugiada e também Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR.
“Estou aqui não apenas pelas mulheres neste espaço, agora, mas pelas milhões que deveriam estar nesta sala e de pé, em frente a este microfone”, citou ela durante o evento da TIME Mulheres do Ano.
A atriz realizou diversas missões com o ACNUR e pôde compreender todas as dificuldades que pessoas forçadas a se deslocar passam. “Muitas vezes, para as pessoas que embarcam em barcos, não é o primeiro momento de trauma. Eles experimentaram a fome. Eles foram baleados. Eles viajaram quilômetros sem ajuda médica. Seus filhos estão em péssimo estado de espírito, já traumatizados, quando entram no barco”, diz Blanchett.
Olena Shevchenko:
Olena luta diariamente pelas pessoas mais vulneráveis da Ucrânia. ©TIME
Olena é ucraniana e líder de uma ONG em prol dos direitos humanos. A causa LGBTQIA+ e a redução da violência e discriminação sexual são suas principais frentes de ativismo e trabalho, que aumentou exponencialmente com a guerra.
“A guerra representa uma regressão, passos para trás, na conquista de direitos humanos na Ucrânia”, cita ela na entrevista oferecida à TIME.
Com as necessidades humanas crescentes, a ONG de Olena começou a captar recursos – como alimentos e remédios – para pessoas em situação de vulnerabilidade no país. Além disso, estimulam campanhas informacionais no território em prol da visibilidade feminina no conflito, mostrando desde trabalhos sociais a mulheres no exército. A cada dia, Shevchenko move montanhas para que mais famílias recebam apoio e consigam enfrentar esse momento. Ela é uma das #MulheresQueMovemMundos.
Ramla Ali:
Refugiada, modelo, lutadora e ativista. Ramla é um exemplo de #MulheresQueMovemMundos. ©Shayan Asgharnia para ESPN
Ramla sabe muito bem o que é ser refugiada: quando criança, sua família foi forçada a se deslocar da Somália, por conta da guerra civil, e buscar refúgio no Quênia. Hoje, ela vive na Inglaterra. Antes da pandemia, Ali visitou um campo de refugiados na Jordânia, e usou as suas redes para evidenciar que “pessoas refugiadas são seres humanos também”.
Líder do “Clube das Irmãs” (Sisters Club), uma organização sem fins lucrativos para inserir mulheres no mundo do box, em Londres, a lutadora, modelo e refugiada, Ramla usa a sua força, dedicação e flexibilidade para ajudar quem está a sua volta. Ela, assim como Olena e Cate, é uma das #MulheresQuemMovemMundos.
Ayisha Siddiqa:
Ayisha é defensora dos direitos humanos e ativista contra as mudanças climáticas. Sabe, como ninguém, como é viver os desafios causados por enchentes. ©Josefina Santos
Ayisha é paquistanesa, poeta, defensora dos direitos humanos e ativista contra as mudanças climáticas. Ela viu o seu povo morrer por conta das enchentes no país.
“Eu me esforço para preservar o que deixei para trás enquanto ainda tenho tempo”, diz ela.
A missão de ajudar o mundo é pessoal: quando pequena, viu seus avós morrerem por conta do ambiente pouco seguro e poluído que sua família vivia. Aos 16, ela aprendeu que, para algumas pessoas, matar por recursos era necessário. Para mulheres, a situação era ainda mais complicada: “quando elas são forçadas a se deslocar, são elas que devem pegar a água, são elas que vão criar as crianças e achar um trabalho.”
Em sua entrevista à TIME, afirma que “meu trabalho é em defesa da vida. Por consequência, a defesa dos direitos das mulheres. Portanto, também é lutar pelos direitos humanos.”
Essas 4 mulheres, cada uma à sua maneira, fizeram a realidade mudar com suas ações. Movem montanhas, multidões, conferências e outras mulheres. Elas são #MulheresQueMovemMundos.
Fonte: ACNUR.