Público bate recorde no Ginásio do Ibirapuera, mas Brasil perde para Alemanha no Billie Jean King Cup

Brasil perde para Alemanha nas qualificatórias da Billie Jean King Cup e, ainda, há muito, a ser feito; mas há o que se comemorar.

No dia 13 de abril desse ano, as brasileiras Beatriz Haddad Maia, Laura Pigossi, Carolina Meligeni, Ingrid Martins e Luisa Stefani foram eliminadas pela equipe alemã, ao perderem por 3 a 1 na fase classificatória do torneio de tênis. Porém o resultado está longe de ser negativo, já que as tenistas fizeram história batendo o recorde de público do Ginásio Ibirapuera. Ao todo, o espaço recebeu 14.940 pessoas, sendo 6.890 na sexta-feira dia 12 de abril e outras 8.050 no sábado dia 13 de abril.

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Beatriz Haddad Maia, Laura Pigossi, Carolina Meligeni, Ingrid Martins e Luisa Stefani perderem por 3 a 1 na fase classificatória do Billie Jean King Cup.
Foto: ESQUINAS/Giovanna Garcia

O nome do torneio serve de homenagem à tenista norte-americana Billie Jean, cuja trajetória profissional revolucionou o esporte feminino na década de 70, quando lutou pela igualdade nas premiações entre homens e mulheres.

Sonhos que se tornam realidade público

No cenário mundial, Haddad, Stefani e Pigossi são destaques no tênis feminino. A visibilidade que as boas campanhas das brasileiras tiveram nos últimos tempos foram essenciais para lotar o ginásio.

“Isso [apontando para o público] é resultado do empenho delas. Se o desempenho tivesse sido diferente, hoje, o ginásio não estaria lotado. Os resultados são muito importantes para gerar público em um torneio importante. Dá vontade de jogar e ser jogadora. É muito inspirador”, diz a torcedora Ana Luiza Cruz, que esteve presente no Ibirapuera.

Além da jovem, o carioca Wanderson Ferreira acompanhou o torneio e garantiu torcida para Pigossi. Já na coletiva de imprensa após o último jogo, Meligeni comentou sobre o público presente nas arquibancadas: “Estava cheio de crianças assistindo e torcendo. Tenho certeza de que, de alguma forma, elas vão se sentir inspiradas”.

A Billie Jean King Cup também foi uma conquista profissional e pessoal das atletas. Pigossi comentou sobre o sonho de jogar no Ginásio Ibirapuera: “Desde que comecei a jogar tênis, provavelmente esse é um dos momentos que eu mais sonhei na vida. Vim aqui pela primeira vez com 12 anos e toda noite, quando eu fechava o olho, me imaginava jogando”.

Bons resultados atraem torcedores público

Wanderson conta que conheceu o tênis por conta de Guga, mas só começou a acompanhar durante as Olimpíadas de Tóquio 2021.

“Eu conhecia o tênis por flashes da história do Guga, mas só passei a entender na última Olimpíada. Era pandemia e meu grupo de amigos estava totalmente entretido com os jogos. O tênis me chamou atenção pela Naomi Osaka, durante sua passagem com a tocha olímpica. Depois descobrimos Laura e Luísa. E quando elas ganharam medalhas, decidi segui-las em um aplicativo de esporte, onde são mostrados os placares dos jogos.”

“Meu contato começou com a Bia Haddad, em Roland Garros, no ano passado. Foi legal ver a história acontecendo”, comenta o torcedor Gabriel Ursi sobre o primeiro contato com o tênis. Em 2023, a tenista brasileira alcançou um resultado histórico: ser a primeira mulher brasileira a alcançar uma semifinal de Grand Slam desde 1968. Haddad derrotou a tunisiana Ons Jabeur nas quartas de final do torneio. A brasileira ficou a um jogo da final de Roland Garros, sendo derrotada pela polonesa e número 1 do mundo, Iga Swiatek, que acabou ganhando a competição.

E qual o legado?

A influência que essas atletas têm sobre os jovens tenistas atravessa gêneros e idades. No ano passado, o tenista João Fonseca venceu o US Open Junior e se consagrou número 1 do ranking juvenil. Após a conquista, Fonseca contou em entrevsista ao Sportv quem é sua inspiração: “Me inspirei na Bia Haddad, ela joga com o coração”.

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Em 2023, a tenista brasileira alcançou um resultado histórico: ser a primeira mulher brasileira a alcançar uma semifinal de Grand Slam desde 1968.
Foto: ESQUINAS/Giovanna Garcia

Mas se engana quem acha que só as veteranas são lembradas. No final do torneio, Nana foi parada por vários fãs para dar autógrafos e tirar fotos. Mesmo sendo jovem, a paulista já é exemplo para vários torcedores de diferentes idades.

Assim, as atletas comentaram durante a coletiva como esse é o melhor momento do tênis feminino em muito tempo, mas não só pelos resultados que elas jogam, como também pelas histórias que elas escrevem fora de quadra. “Mais que a vitória ou a derrota em si, o importante é o legado. E a gente está construindo isso”, diz Carol Meligeni. 

Autora: Giovanna Garcia.

Fonte: Cásper Líbero.