IA e Mercado de Trabalho: falas, gestos, expressões e imagens, a linguagem humana como cópia

A inteligência artificial generativa, tecnologia à qual pertence o ChatGPT, já apresenta benefícios e riscos para o mercado de trabalho.

No dia 2 de maio de 2023, o sindicato dos roteiristas norte-americano na categoria (WGA, na sigla em inglês) entrou em greve. Dois meses depois, no dia 13 de julho, a classe recebeu apoio do Sindicato dos Atores (SAG, na sigla em inglês) nos piquetes, durante a paralisação. Um dos principais pontos de atrito entre a classe artística e os grandes estúdios foi a possível concorrência com a IA.

As novas inteligências artificiais generativas, que apareceram e evoluíram nos últimos anos, chegando ao uso popular depois do fim da pandemia, poderiam ser usadas para escrever roteiros de filmes e séries ou mesmo substituir figurantes em uma gravação. Para os estúdios, usar as IAs seria mais barato, e por isso os sindicatos pediram pela regulamentação do uso das novas tecnologias. Os roteiristas conseguiram uma importante vitória em sua luta trabalhista: o acordo com estúdios e produtoras não bane o uso de inteligência artificial em produtos criativos, mas dá aos trabalhadores proteções contra as novas tecnologias.

No dia 8 de novembro, os atores chegaram a um acordo para encerrar a greve, que estipula que as imagens dos profissionais só podem ser replicadas por inteligência artificial com autorização expressa. Uma das novas regras para os roteiristas de Hollywood é que os estúdios não podem usar IAs para reescrever ou editar um roteiro desenvolvido por um autor humano. As novas tecnologias de inteligência artificial generativa podem ser usadas pelos trabalhadores como ferramentas de pesquisa, mas, com a regulamentação pós-greve, não podem substituir os roteiristas.

IA

Greve dos atores de Hollywood em Nova Iorque. Foto: @wgaeast/Instagram
Foto: @wgaeast/Instagram

Em meio a greve, o ator Brian Cox, da premiada série Succession, defendeu a regulamentação em entrevista para a revista Tribune.

“É uma força muito perigosa, mas poderia ser benéfica se estivesse nas mãos certas. Acabamos de ouvir o exemplo de um jovem que foi digitalizado para um trabalho na televisão e apareceu em uma cena em que não estava, e ele não foi pago por isso. Esse tipo de coisa pode acontecer em escala maior.”

O ator não é o único a pensar dessa maneira. O roteirista Devin Delliquanti, do The Daily Show, afirmou para a revista norte-americana Jacobin, que o problema não consiste no uso da IA, mas nos executivos que desejam substituir essas pessoas pela ferramenta, visando gastar menos. Para a Wired, maior revista sobre tecnologia do mundo, o acordo não é importante só para os roteiristas, mas também para diversas outras indústrias, onde se espera que os regulamentos de Hollywood sejam usados como exemplo de submeter a tecnologia ao trabalhador, e não o contrário.

As questões da IA dentro do mundo das artes não se limitam somente a atores e roteiristas. Na verdade, isso atinge todo e qualquer campo de produção criativa. Na esfera da música, por exemplo, as inteligências artificiais já são capazes de simular como a voz de determinado artista ficaria em determinada música — mesmo que ele nunca a tenha cantado. O rapper Drake teve sua voz aplicada a uma música viral na qual não teve nenhuma participação. As letras, vozes e batidas foram todas feitas com tecnologia, e hoje a música já ultrapassa 300 mil visualizações no YouTube.

O que é IA generativa?

Doutor pela PUC-SP em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, Marcelo Graglia é professor e pesquisador. Suas pesquisas e estudos consistem em analisar os impactos das novas tecnologias sobre o futuro do trabalho humano, dentre eles, os efeitos da inteligência artificial no mercado de trabalho.

De acordo com Graglia, a IA generativa é uma nova arquitetura de inteligência artificial, que se distingue da IA preditiva, anterior à generativa e usada para identificar padrões. A preditiva já está presente há muitos anos no mercado, atuando em streamings e serviços de localização e transporte. “A generativa é uma IA que trabalha com uma massa de dados gigante, que consegue, a partir de bases de dados existentes, gerar coisas novas”, completa. A IA generativa é capaz de gerar textos, imagens e até mesmo códigos de programação e sites em HTML.

Quanto ao impacto que essa tecnologia terá sobre o trabalho, existem diversas organizações, como o Fórum Econômico Mundial e até mesmo consultorias e bancos internacionais que tentam formular uma estimativa, a partir de pesquisas, para responder à questão. É difícil ter acesso, já que a modalidade de estudo é privada. Poucas entidades públicas e orgãos realizam esse trabalho. O problema está em esconder os resultados de testes e análises, com a justificativa de não favorecer os concorrentes. A falta de transparência acaba mostrando, mais uma vez, que a real preocupação é quem sairá com mais dinheiro, e não os impactos que essa ferramenta pode trazer para a sociedade.

Financiados por recursos privados ou não, não existe um consenso entre os estudos. Segundo Graglia, isso é natural, por se tratar de um processo novo, não existindo cifras para pautar uma discussão. O cenário se assemelha com as implicações passadas quanto a luz elétrica, TV e internet quando estas foram criadas. “Os impactos no mundo do trabalho serão severos, por conta da programação de linguagem natural, ou seja, a capacidade da IA de usar as formas de linguagem humana – falas, gestos, expressões e imagens”, alerta o doutor. Deste modo, não é mais necessário ser um especialista em programação para comandar um computador. Isso abre possibilidades para a IA se inserir em diversos ambientes no campo de trabalho, se tornando cada vez mais sofisticada.

Além dos chatbots, há tempos já usados para atendimento ao cliente e outras tarefas antes ocupadas por seres humanos, as IAs generativas avançam sobre profissões criativas com ferramentas como o Midjourney e o Dall-E, que produzem imagens a partir de comandos verbais. O que já existe, então, são robôs que trabalham 24 horas, sete dias por semana, sem cansaço e licenças, com um custo de manutenção inferior a uma pessoa. E como se dá essa redução de gasto? O principal componente de custo na estrutura de gastos é a folha de pagamento, que consome 30% nas áreas de serviços e indústrias. A redução de custo poderia surgir pelo corte de funcionários, automatizando postos de trabalho com IA generativa. “É da natureza capitalista essa busca constante pela eficiência e redução de custo”, comenta Graglia.

Condições trabalhistas

Com uma tecnologia que é desenvolvida e se populariza numa velocidade mais rápida do que sua regulação pelo poder público, é difícil garantir proteções trabalhistas como as que os roteiristas de Hollywood alcançaram após a greve.

Em entrevista para a BBC, o redator Dean Meadowcroft afirmou que perdeu seu antigo emprego para a IA. Ele conta que, ainda no final de 2022, a empresa onde trabalhava introduziu um sistema de inteligência artificial, que deveria apenas facilitar o trabalho dos humanos. As responsabilidades dele eram de escrever comunicados à imprensa e postagens nas redes sociais. Ao comparar o tempo que cada um demorava para finalizar as tarefas, seus chefes perceberam que a máquina levava uma grande vantagem, resolvendo aquilo que para Dean demorava uma hora em apenas 10 minutos. No começo, esse processo era supervisionado por um humano, que também precisava aprovar o conteúdo antes de ser publicado. Entretanto, após quatro meses, a supervisão acabou e Meadowcroft foi demitido do seu trabalho.

O perigo do desemprego causado pelas IAs se mostra até mesmo no processo de desenvolvimento dessas ferramentas, visto que a própria equipe responsável pela tecnologia pode sofrer com altas taxas de desemprego e más condições de trabalho.

Com o incentivo à competição visto no mundo de hoje, o Google foi mais um a entrar na corrida das IAs, visando afetar e superar o ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI. Com o lançamento da ferramenta Bard, a agência Bloomberg  revelou as precárias condições de trabalho enfrentadas pelos funcionários responsáveis pela programação da inteligência artificial da Big Tech. Com salários de 8 dólares por hora, os trabalhadores reclamam da alta demanda, tarefas complexas e prazos curtos.

Qual a percepção dos afetados pelo crescimento IAs?

Um nome presente no meio televisivo há mais de 50 anos é Marcos Antonio Zago. Ele começou sua carreira no início dos anos 70 como estagiário da Tv Tupi, mas foi em 1981 que se firmou como funcionário da Rede Bandeirantes, onde passou grande parte de sua carreira.

Quando questionado sobre a presença das IAs na televisão, disse: “É muito louco, né? Acho que se usado da maneira certa pode ajudar muitas pessoas a fazer seu trabalho”. Apesar de apresentar uma visão otimista, ele traz a seguinte ressalva: “ O que assusta é a velocidade [em] que esse negócio vem evoluindo. Não dá para saber o que vai ser possível fazer com isso daqui a cinco anos’’.

Hoje, como diretor de programação da emissora PlayTV, Zago, juntamente com a equipe, teve a ideia de criar um programa feito pelas inteligências artificiais. “A ideia de usar isso a nosso favor veio pela urgência de apresentar ideias novas. O canal está passando por um processo de reestruturação, ter um programa inovador e prático de ser feito ajuda muito”.

A emissora é voltada para o público geek e musical, e o programa, que levou o nome de Inteligência Musical, parecia ideal para a audiência da PlayTV. A produção do programa é feita quase que por completo com inteligência artificial. Marcos explica como é o processo de produção: “A ideia inicial ainda parte da equipe, mas a partir daí o ChatGPT fornece uma lista de clipes que se adequam ao tema. Além disso, recebemos um pequeno texto informativo sobre a canção que será exibida”. O design também foi projetado pelas IAs, e apenas a edição é feita por pessoas.

Como dito antes, Zago consegue ver tanto o lado positivo quanto o negativo sobre o uso de IAs, mas uma coisa para ele será imutável: “A inteligência artificial pode se tornar capaz de fazer todo o processo de produção de um programa, até de uma programação inteira, mas eu acho que a criatividade do ser humano não dá para ser replicada. O ponto de partida para criação de coisas novas ainda vai ser do humano”.

Além de Marcos, a equipe da PlayTV foi questionada sobre a expansão das IAs. Marcio Rosa, editor da emissora, compartilhou sua visão: “Eu não gosto muito nem de usar para consulta, acho que se ficarmos abusando desse tipo de coisa a gente pode perder a capacidade de pensar por conta própria”. Ele também traz um pouco da angústia sobre esse crescimento das IAs: “Claro que dá medo, dois anos atrás nem existia isso de ChatGPT, e hoje já está nesse nível. Quem sabe o que pode acontecer mais para frente?”.

Uma nova Revolução Industrial?

Não é como se estivéssemos vivendo um repeteco da revolução industrial, explica Marcelo Graglia, especialista em IA e professor da PUC-SP. O futuro das inteligências artificiais generativas pode ser muito diferente do passado e das outras revoluções tecnológicas pelas quais a humanidade passou. Há algumas diferenças técnicas importantes entre a ascensão das IAs e a revolução industrial. Primeiramente, o maior impacto dessa nova onda de inovação tecnológica se dá no setor dos serviços, e não na indústria. Além disso, a inteligência artificial não funciona como nossas antigas máquinas de vapor, nem mesmo como a internet.

“A internet realmente gerou mais emprego do que eliminou”, explica o professor Marcelo Graglia. Mas a situação hoje é diferente. “A inteligência artificial tem a característica de ser substitutiva do trabalho humano”. Ela não é uma plataforma, como a web, que serve para potencializar o trabalho e as criações humanas. O trunfo das IAs generativas é poder, em diversas situações, substituir o trabalhador. É uma revolução possivelmente mais radical e diferente do que tudo que a humanidade já viveu, difícil de encontrar paralelos históricos.

Como todas as outras revoluções tecnológicas que vieram antes, as IAs trazem benefícios maravilhosos. A comodidade de ter uma ferramenta para fazer trabalhos técnicos e maçantes para você, como separar, categorizar e analisar grandes quantidades de dados, pode ajudar o trabalhador a agilizar suas tarefas. O economista John Maynard Keynes sonhou com algo parecido em 1931.

Em seu ensaio “Possibilidades Econômicas para Nossos Netos”, a mente que criou as ideias por trás do New Deal imaginou que, em 2030, poderíamos trabalhar 15 horas semanais, ocupando o resto do nosso tempo com lazer e cultura. Para ele, o acúmulo de capitais e o desenvolvimento científico-tecnológico pelo qual passamos nos últimos 100 anos poderiam se transformar nessa utopia de menos trabalho e mais alma. Nove décadas depois, quase chegando na data que ele previu, continuamos com a mesma jornada de trabalho de 40 horas.

O grande perigo na revolução das IAs, que ainda não é possível saber se vai se concretizar ou não, é a substituição do trabalho humano sem uma distribuição da riqueza gerada por essa novidade tecnológica. A humanidade tem em mãos uma tecnologia que, se for aprimorada, poderia ser a realização do sonho de Keynes (e de tantos que gostariam de trabalhar bem menos). O problema é se ela só deixar uma grande parte dos trabalhadores sem empregos e sem salários, mesmo.

Dilemas éticos

Marcelo também aponta para as questões éticas de regulação e até filosóficas dessas tecnologias. “É ético deixar uma pessoa de baixa renda economicamente só ter acesso a um sistema automatizado para resolver o problema dela?”, ele questiona, pensando nos chatbots de atendimento de tantas empresas e do governo brasileiro, que às vezes parecem servir só como camadas extras de burocracia digital.

O professor dá alguns exemplos. Na prática, existem situações em que serviços de biometria e reconhecimento facial apoiados em IAs estão sendo suspensos. Ferramentas de segurança pública sendo usadas por policiais estão aumentando a criminalização de pessoas negras ao invés de ajudar em um trabalho melhor e imparcial.

Outra ocasião de dilemas éticos na prática com o uso das IAs é quando essas tecnologias são empregadas por bancos para fazer análise de crédito, e acabam por fornecer mais crédito para homens do que para mulheres com as mesmas condições de renda.

Marcelo aponta então para um novo termo que está cada vez mais sendo usado no desenvolvimento dos novos sistemas de inteligência artificial: design ético. Essa nova categoria seria um modo de investigar e analisar como as empresas estruturam seus processos de desenvolvimento de IA para evitar que aconteçam situações como os casos já mencionados, onde os computadores, ao invés de otimizar serviços, reproduzem o pior da humanidade.

Diversas organizações têm criado princípios éticos para a elaboração de legislações, para que exista responsabilização das empresas que criam as IAs. Marcelo cita e explica esses princípios norteadores. O primeiro seria o da transparência, ou seja, o usuário precisa saber que está falando com um robô.

Além disso, um princípio ético que poderia nortear as IAs é o da “explicabilidade”, ou seja, é necessário saber o porquê uma decisão que afeta a sua vida está sendo tomada, compreendendo o que passou por trás do “raciocínio” da inteligência artificial. O professor dá o exemplo de motoristas de Uber que são bloqueados da plataforma sem terem feito nada de errado, e nem mesmo quem trabalha na empresa consegue explicar o motivo do robô ter “cancelado” o motorista. Há uma opacidade nas IA, fruto do desenvolvimento em camadas dessa tecnologia. “Você coloca uma entrada aqui e ele vai dar uma saída aqui. Agora, por que deu a saída A ou saída B? A gente não consegue ver, nem a pessoa que desenvolveu o sistema sabe por que o robô tomou aquela decisão”, explica Marcelo.

Para impedir que as IAs reproduzam preconceitos sociais, há o princípio de inclusão, que exige o acesso universal aos sistemas generativos, independentemente de renda, raça ou gênero, e a criação de programas para lidar com fenômenos como o racismo algorítmico embutido na programação de uma inteligência artificial.

IA faz arte?

A professora Laura Cristina Ferreira é mestre pelo Mackenzie e professora adjunta no Centro Universitário Armando Álvares Penteado (FAAP). Buscando sempre tranquilizar seus alunos, ela procura trazer um lado mais sensível para a discussão, bem diferente dos discursos pró-IA, que costumam se basear em argumentos puramente técnicos.

A professora considera que, por enquanto, as produções das IA não chegam a ser arte. Afinal, a inteligência artificial conta com outro tipo de inteligência, diferente da desenvolvida no criar artístico humano. A capacidade sobre-humana de armazenar e organizar informações diferencia a máquina do humano e impede a mesma de produzir arte como o humano. Todo o convívio social, a bagagem individual e o contexto histórico são impressos na obra humana, independente se for considerada boa ou má arte.

Aí está uma profunda diferença filosófica no embate entre tecnologia e humanidade: as produções de IA  são criadas com propósito essencialmente comercial, sem a inteção intrínseca de emocionar. Os apps e softwares de geração de imagem podem ameaçar pequenos artistas com estilos específicos. Em entrevista ao UOL, a artista Graça Stein relatou que, mesmo cobrando preços acessíveis, algumas pessoas ainda optam por pagar por aplicativos. Estilos mais realistas, como o da artista capixaba, tendem a ser os mais ameaçados.

Laura concorda com Marcelo quando diz que ainda é muito cedo para dar um veredito sobre as IAs. Alguns professores colegas dela, inclusive, incentivam o uso de IA no processo criativo, como uma etapa inicial. Professores e artistas também possuem opiniões diferentes, mas, de modo geral, não adotam uma postura alarmista e enxergam a possibilidade das IAs agirem como aliadas.

A preocupação e a possibilidade trabalhista

O pânico com a ascensão das IAs já é visível em alguns lugares do mundo, como a Itália, onde o uso do ChatGPT foi proibido após suspeita de violação na coleta de dados. Em pesquisa realizada pelo banco de investimentos Goldman Sachs, chegaram à conclusão de que a IA poderia substituir o equivalente a 300 milhões de empregos em tempo integral. E esse não é o único relatório que mostra o possível perigo: em 2013, os entusiastas Michael Osbourne e Carl Frey apontaram que 48% dos empregos dos EUA poderiam ser substituídos no futuro. Ou o relatório da consultoria McKinsey, feito em junho de 2019, que previu que entre 60 e 275 milhões de homens poderiam ter que arrumar novos trabalhos. O número seria bem maior que o das mulheres, que varia entre 40 e 160 milhões.

É inegável que a preocupação existe, mas essas pesquisas são tratadas como alarmistas por outros pesquisadores, como é o caso do relatório de 2016 de Melanie Artz, Terry Gregory, e Ulrich Zierahn,  que afirma que apenas 6% dos trabalhos poderiam ser substituídos por IAs. Mas talvez uma das principais instituições que se pronunciou a respeito foi a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que afirmou que a inteligência artificial pode acabar com 27% dos empregos nos países que integram a organização.

As IAs podem facilitar o cotidiano e otimizar diversas tarefas realizadas hoje, mas, na atual economia, é praticamente impossível não se preocupar em ser substituído por uma mão de obra mais barata e mais eficiente. O embate entre IAs generativas e humanos é um flerte com o perigo. Quanto mais os sistemas de inteligência artificial avançam, menos certas são as respostas. É um perigo real ao mundo do trabalho que nem seus programadores conseguem explicar em sua plenitude.

A visão otimista de uma potencial redução da jornada de trabalho contrasta com o receio de uma substituição em massa de postos de trabalho, exigindo uma reflexão profunda sobre os impactos sociais e econômicos dessa nova revolução tecnológica. O sonho de Keynes pode estar se tornando um pesadelo, um ócio que pode não ser nem um pouco produtivo.

Autores: Davi Rocha, Eduardo Lima, Gabriel Oliveira, João Marcelo Zanella, João Rafael Balmant e Mateus Andrioli.

Fonte: Cásper Líbero.