Famílias afegãs já estão residindo no centro de acolhimento temporário “Povos Fraternos III”, cuja solenidade de abertura contou com a presença do Prefeito Guti e da deputada federal Tabata Amaral.
O município de Guarulhos, na grande São Paulo, é uma das principais portas de entrada de pessoas refugiadas que chegam ao Brasil em busca de proteção internacional no aeroporto mais movimentado da América do Sul.
Este é o caso da população afegã, que entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2023, contabilizou mais de 4.600 chegadas ao Brasil dentre os cerca de 7.300 vistos humanitários emitidos para pessoas dessa nacionalidade. De acordo com os dados mais recentes da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), 795 pessoas afegãs que desembarcaram no território brasileiro desde janeiro de 2022 solicitaram a condição de refugiado, sendo que todas as solicitações com documentação comprovando nacionalidade realizadas por esse grupo foram reconhecidas pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) em janeiro de 2023.
As famílias refugiadas afegãs chegam ao Brasil com visto humanitário concedido pelo país, um mecanismo que garante proteção e facilita o processo de saída da região, sendo o Brasil o único país da América do Sul com o procedimento para essa população. Em busca de recomeçar suas vidas com dignidade, acesso à informação correta e de qualidade, possibilidades de abrigamento e alimentação são necessidades emergenciais que contam com os esforços do poder público em prover os serviços e as estruturas necessárias bem acolhê-los.
Pensando nessa necessidade, a Prefeitura de Guarulhos inaugurou no dia 20 de março mais um equipamento de abrigamento, o centro de acolhimento temporário “Povos Fraternos III”. Este é o décimo primeiro equipamento acionado pela assistência social do município de Guarulhos e que tem se dedicado a dar resposta ao fluxo humanitário de pessoas refugiadas do Afeganistão, servindo também de acolhida para pessoas de outras nacionalidades que estejam em situação de vulnerabilidade.
“Estamos muito felizes pelo lançamento de mais este local de abrigamento que passa a acolher famílias refugiadas que chegam de longe e contam com os nossos braços abertos para esse acolhimento. A prefeitura de Guarulhos, por meio da Secretaria de Assistência Social, tem dado a resposta para que essa população esteja segura e sinta nossa calorosa acolhida a todos eles”, disse o Prefeito Guti.
A deputada federal Tabata Amaral também esteve presente no lançamento do abrigo e reforçou a importância da sinergia entre o município e o governo federal para que se possa ampliar os serviços de apoio prestados pelo município.
“Estamos com propostas já encaminhadas e outras sendo estruturadas para facilitar o processo de acolhimento humanitário das populações refugiadas, contemplando apoio para os serviços de abrigamento, de acesso à educação e de revalidação de diplomas para essa população”, destacou.
Como parte das estruturas utilizadas para melhor atender às demandas da resposta humanitária às pessoas afegãs no Brasil, o ACNUR contribui com o financiamento de dois abrigos, sendo um em Poá, em parceria com a ONG Aldeias Infantis SOS Brasil, e outro em Guarulhos, em parceria com a Caritas Arquidiocesana de São Paulo, Caritas Guarulhos e com a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social. Juntos, os dois abrigos contemplam 87 vagas hoje ocupadas por famílias dessa nacionalidade.
Além disso, o ACNUR realizou a contratação de três mediadores culturais para facilitar o acesso a informações seguras e confiáveis entre a população afegã, no momento de chegada ao Brasil e mesmo durante a estadia dessa população.
“É uma alegria contar com um novo abrigo sendo lançado para que não tenhamos mais a população afegã dormindo no aeroporto de Guarulhos, algo que não tem ocorrido neste ano em razão das ações adotadas para a acolhida das família afegãs”, disse Sabera, mediadora cultural que transita em diferentes abrigos para acompanhar e encaminhar as demandas existentes.
Como forma de alinhar as informações entre os 10 centros de acolhida existentes, o ACNUR coordenou a criação de um Grupo de Trabalho de Gestão e Coordenação de abrigos, facilitando assim a troca de informações entre os gestores e padronização dos procedimentos de atendimento à população refugiada, além de realizar capacitações para o aprimoramento do atendimento.
“O ACNUR acompanha o tema dos afegãos no Brasil desde as primeiras chegadas, no início de 2022, e temos fortalecido os diversos atores que trabalham diariamente para o processo de acolhimento dessa população. Compartilhamos nossos conhecimentos, promovemos encontros para troca de saberes e estamos em constante diálogo com as pessoas afegãs para melhor as atender em suas diversas especificidades”, comenta Maria Beatriz Nogueira, chefe do escritório do ACNUR em São Paulo.
O ACNUR atua em parceira com municípios, estados e com o governo brasileiro, assim como junto ao setor privado e à academia para prover respostas efetivas à população refugiada no país. Qualquer pessoa ou empresa pode contribuir para os trabalhos do ACNUR, apoiando os esforços da agência humanitária por meio de doações que se revertem em proteção, dignidade e autossuficiência das populações refugiadas.
Fonte: ACNUR.